De olho nos votos de Montes Claros e região em 2018, o deputado federal Marcelo Aro (PHS), com base eleitoral em Belo Horizonte, incumbiu sua correligionária montes-clarense, vereadora Maria das Graças Gonçalves Dias, a Graça da Casa do Motor, de presenteá-lo com o título de cidadão honorário da cidade onde nunca recebeu um voto e que sequer conhece, a não ser pelas informações da própria Graça. A concessão do título foi aprovada pela Câmara Municipal terça-feira 3.

Quando vereador em Belo Horizonte ele foi também quem propôs à Câmara Municipal conceder o título honorário de cidadão belo-horizontino a Cunha, então presidente da Câmara Federal.
A degeneração moral do deputado vem de longe. Para quem não sabe, o novo cidadão montes-clarense é neto do coronel José Guilherme Ferreira, cuja família foi afastada da direção da Federação Mineira de Futebol sob a acusação de chefiar quadrilha do crime organizado naquela entidade, presidida pelo avô, durante a ditadura militar, posteriormente pelo pai, José Guilherme Ferreira Filho; e depois pelo tio, Elmer Guilherme. O próprio Aro é chefe da Diretoria de Ética e Transparência da CBF.
Sem abandonar a vocação golpista, apareceu certa vez na comissão de impeachment da presidente Dilma exibindo, durante a audiência na Câmara dos Deputados, boneco que ficou conhecido como Pixuleco, retratando de maneira jocosa o ex-presidente Lula.
Recusas – A homenagem concedida ao deputado Marcelo Aro se junta a outras inusitadas. Nos ano 90 o excesso de homenagens prestadas pela Câmara Municipal gerou até polemica: o apresentador de televisão, Carlos Massa, o Ratinho, foi agraciado com o titulo, por iniciativa do então vereador Ademar Bicalho. A polêmica foi tão grande que o apresentador se recusou a receber a honraria. O senador afastado Aécio Neves tem três homenagens para receber da Câmara Municipal de Montes Claros, mas se recusou a marcar a data para a honraria.