Dedo na ferida

Waldo Ferreira

Máscara
A campanha já finda e os três candidatos, cujos partidos e eles próprios apoiaram o golpe contra Dilma Rousseff, continuam escondendo isso dos eleitores. Ruy Muniz (PSB), Humberto Souto (PPS) e Jairo Ataíde (DEM) deveriam se explicar.

Tadeu
O ex-prefeito Luiz Tadeu é figura onipresente na política local. De Miami ele articulou candidaturas e continua acompanhando o processo. A entrada de Jairo Ataíde na disputa, para evitar o desfecho ainda no primeiro turno, e a renúncia do médico Danilo Narciso têm o seu dedo.

Água e óleo
Na estratégia de Leite, a desistência do deputado Paulo Guedes teria que ser suprida por outro candidato com algum escopo. As conveniências políticas aproximaram os antigos inimigos. Mais recentemente, a necessidade de levar adiante o acordo com o prefeito afastado Ruy Muniz de trabalhar por sua reeleição.

O que deu errado?
Tadeu Leite também apostava que o PMDB poderia reeditar na cidade o que fez no plano nacional, quando traiu a presidente Dilma Roussseff, provocando seu impeachment. Apostou que reelegeria Ruy e depois acompanharia de camarote seu sangramento para assumir a Prefeitura com Danilo Narciso. Como dessa vez o tempo da Justiça foi menor que o da política, o desgaste de Muniz chegou ao extremo ainda na campanha, com prisão, afastamento e fuga. Como sua reeleição se tornou improvável, os planos tiveram que ser alterados, com a retirada do vice.

Laranja? 
Também deu errada a previsão de que o candidato do Democratas entraria apenas para embolar a campanha. Pelo menos por enquanto sua candidatura ganha fôlego, em contraposição à de Ruy. 

Covardia
Se pudesse prever o que ocorreria no cenário eleitoral, o deputado Paulo Guedes talvez não tivesse se acovardado e desistido de concorrer. Mas, preferiu não arriscar porque, de uma forma ou de outra, ele não tem nada a perder. Por isso, e irresponsavelmente, impôs Sued Botelho como candidato, que previsivelmente seria impedido de concorrer por estar inelegível.  

Boa novidade
A vice Leninha entrou na disputa para valer e em pouco tempo demonstrou capacidade, desbancando os demais candidatos nos debates e entrevistas. O programa de TV, com ela, também melhorou sobremaneira. Conta a seu favor o fato de não ter rejeição, ser simpática e carismática e, claro, ser bem articulada e conhecedora dos dramas e necessidades dos mais necessitados.

Anastácio da Funerária e Maurício do Caixão
Parece nome de dupla sertaneja de filme de terror, mas trata-se da chapa que concorre à Prefeitura de Manga. Anastácio, atual prefeito, é irmão do deputado e espécie de teflon dele. Pois bem, consta um monte de denúncia de malfeitos dele à frente da Prefeitura de Manga, inclusive um tour, com dinheiro do tesouro municipal, com direito a mulheres e bebidas.

Agressão contra o servidor
O Sindicato dos Servidores Municipais repudiou a atitude do prefeito afastado, que em inserção da sua propaganda eleitoral tentou enxovalhar a imagem do funcionalismo, sugerindo que  trabalhadores da Prefeitura seriam preguiçosos. Ainda por cima, colocou um negro como o preguiçoso da vez. Vai ter que se ver com a Justiça.

Tudo dominado
De acordo com informação dada à coluna, Ruy Muniz  teria pago R$ 600 mil a cada um dos membros da comissão do PSB que veio a Montes Claros a pretexto de apurar ilícitos cometidos por ele como prefeito da cidade. Dependia dessa “apuração” sua expulsão do partido. Claro que ficou o feito pelo não feito.

Não, não, não
E a deputada Raquel Muniz, esposa do dito-cujo? Ela, que costuma pegar mal, justificou que “pegou muito sol” e, por isso, faltou  à sessão da Câmara Federal que cassou Eduardo Cunha. Mas, garantiu que votaria a favor dele. Seu voto não faria mesmo diferença, mas que aliada...

Santander
Alvo de inúmeras reclamações desde que assumiu a folha de pagamentos da Prefeitura, o banco Santander não se emenda e continua demonstrando incapacidade de corresponder a demanda que assumiu. Cabe o slogan: Santander, o banco que não dá conta.